Fique atento ao mar
Aos seus sinais
À mudança da cor das águas
Às nuvens negras que se vão formando
no horizonte.
Fique atento ao vento
Que sopra daquele sinistro lado
E vem trazendo notícias de pesadelos.
Fique atento ao temporal
Que brota de repente nos contrafortes
dos montes
E traz consigo dor e pranto.
Fique atento ao tempo
Que escorre sem barreiras no
calendário
E passa sobre nós como um torpedo
Como um vagalhão
Como um trem de carga desgovernado
E aí
Não haverá mais jeito.
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Asger Jorn, The black flight, 1955 (em wikipaintings.org). |
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