há
míseros mártires moribundos
pelos caminhos da morte
que serpenteiam o planeta
abaixo do equador
num rasto de desesperança que se arrasta
se alastra como erva daninha
acima bem acima
o setentrião nutre os corpos
rubesce as faces
elide o pudor
e desobscurece o horizonte dos afortunados
apontando-lhes as trilhas da pirataria
do butim da pilhagem
para as quais seguem pressurosos desde sempre
os despojados se dispersam e choram
e se comprazem diante da miséria
como se fora uma dádiva de deus
E ainda se ajoelham por tamanha dádiva. Belo poema!
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