19 de junho de 2013

MEU BOTAFOGO PREFERIDO


Embora o Botafogo seja único e insubstituível como clube, o Botafogo como time são outros quinhentos. Se já tivemos motivos de sobra para nos orgulhar, também os tivemos para nos envergonhar e tentar esquecer.

Mas há um Botafogo que é o meu preferido, o que está indelevelmente marcado em minha memória em preto e branco. Era o time maravilhoso de 1960, com Garrincha, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Paulo Valentim, Amarildo, Manga, Zagalo, Pampolini, e companhia.

Embora não tenhamos sido campeões naquele ano, era o time que via jogar pela tevê na casa do Doutor José.

Nesse ano, estudava em Campos dos Goytacazes (Não concordo com tal grafia.), no Colégio Bittencourt, em regime de internato. O Doutor José era um dos filhos do fundador da escola e também um de seus vice-diretores. Os outros eram o Professor Clóvis e o Doutor Mariozinho, este o vice-diretor administrativo, já que o velho professor Mário Bittencourt se retirara para sua propriedade rural nas imediações da cidade.

O Doutor José, embora fosse um homem extremamente exigente conosco em questão de disciplina, tinha um gesto de cortesia conosco e nos permitia ver os jogos do campeonato do Rio de Janeiro, que começaram a ser transmitidos via televisão.

Deste modo, nos dias de jogos, íamos para a sala de sua casa, que ficava nos fundos do terreno do colégio, sentávamo-nos no chão e podíamos torcer à vontade, dentro das estritas regras de educação que, sabíamos, eram cobradas, apesar de o doutor ser torcedor do Fluminense.

Foi a primeira vez que vi transmissão de tevê e que vi o Botafogo jogar. Eu tinha lá meus treze anos e me encantava com aquele time repleto de craques que enchiam a pequena tela do aparelho de belas jogadas. Eu já era torcedor, desde meu avô Chico Albino, pai de meu pai, Argemiro, ambos botafoguenses.

O time do Botafogo era praticamente uma seleção, dada a profusão de craques e grandes jogadores que compunham seu elenco. E vendo-os na tevê preto-e-branco da época era como se não houvesse mais cores na vida: o mundo era preto e branco. A imagem desta época que mais me ficou foi a de uma partida contra o Flamengo, em que ganhamos de 4x1, com Didi fazendo uma partida magistral.

Por isso, fui ao Google para recuperar a escalação completa daquele jogo: Manga, Cacá, Zé Maria e Chicão; Pampolini e Nilton Santos (Jorge); Garrincha, Didi, Genivaldo, Quarentinha e Amarildo. Nosso técnico era o Paulo Amaral. Nossos gols foram feitos por Quarentinha (8min) e Garrincha (21min); Quarentinha (62min) e Didi (90min). O do Flamengo vi quem foi, mas não vou dizer aqui. Como bem faz o amigo Zatonio Lahud em seu blog, quando fala de futebol: aqui o time adversário não faz gol no Botafogo.

E, até hoje, passados mais de cinquenta anos, as imagens daquele jogo me vêm à memória de um jeito gostoso e gratificante.

Aquele era o meu Botafogo preferido.
Botafogo dos anos 60 (em portoroberto.blog.uol.com.br).
 
 

Um comentário:

  1. Boa memória! Nem consegue esquecer, por muito esforço que faça, o golo do Flamengo!!!...
    Nem sei mesmo se esse golo foi validado!!! Vai ver, nem houve golo nenhum!!!...

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