23 de maio de 2013

A MADRUGADA É INSONE


A madrugada é insone
Eu durmo bem
Ela bate à porta dos desesperados
Dos desiludidos
Eu ronco a sono solto

A minha cama é tépida
Meu colchão é duro
E não sinto frio com o ar da manhã

A madrugada ronda quem suspira
Pelos amores perdidos
Pelos desejos inconfessados

Eu durmo como uma pedra

O meu fardo vem carregado
Desde a mais tenra idade
E não acredito que possa sofrer
Além do que me foi prometido

A madrugada pode rondar a esmo
Ou escolher suas vítimas preferidas

No meu quarto
No segredo da noite
Não há medo
Apenas a certeza de que tudo
Está decidido

E eu me submeto a isto
 
Luz da noite (foto do autor, em flickr.com/fotos/saint-clairmello).
 

 

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