21 de maio de 2013

OS POEMAS QUE NÃO ESCREVO

Vem às vezes na calada da noite
Quando me deito
Um poema tosco
Insinuante
Mas que sucumbe ao sono.
Outro chega durante o banho
E escorre com a água
Em meus cabelos
Impossível mesmo detê-lo.
No meio da rua
No atropelo do trânsito
Algum se esboça
Forçando o espaço livre do texto
Da folha impressa
Ou seu virtual arremedo.
E nenhum deles se completa.
É o poema tenso que escapa
Quando seu alerta
Não corresponde
Aos cuidados de qualquer pretenso poeta.


Almeida Júnior, Moça com livro, s/d, Museu de Arte de SP (em pt.wikipedia.org.com).


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