8 de março de 2013

SE...

(Para Jane.)
 
 
se eu te pedir um bocadinho
eu traço
se eu te enrolar em meus lençóis
de abraço
eu te farei um querubim
de barro
pesando mais que um bergantim
de aço

se eu te der meu corpo vão
e calmo
e transformar cada impropério
em salmo
eu louvarei os teus desejos
vastos
em cada légua em cada braça
e palmo

aí então seremos sós
e salvos
e iludiremos nossos sonhos
vários
com uma vida de repentinos
gozos
nós dois sozinhos infinitamente
moços.

 
Mariano Otero, Tango, 2012 (em eurocles.com/arpoma).


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NOTA: Este poema estava entre os papéis velhos que estão sendo organizados aqui em casa. É da década de 70.

Um comentário:

  1. Só presta assim: agarradinhos! À espera do fim do mundo que é logo ali, na esquina. Nada como aguardar o apocalipse nos braços da mulher amada.

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