Luzia não
tinha a capacidade de ver o cego amor que por ela Glauco nutria.
Glauco que
um dia, ao ver luzir a luz dos olhos de Luzia, achou que tivesse perdido o
rumo, perdido a trilha da vida e entrado num desvio. Como cego em tiroteio.
Como cachorro caído de mudança.
Mas Luzia
insistia na indiferença perversa de fingir que não notava o cego amor que ela
claramente via de quem só tinha olhos para seus olhos de jade: Glauco.
E Glauco,
infausto, com o desdém de quem seu amor desmerecia, cegou seus olhos, como um
Édipo vadio. E daí por diante o que veria seria o sem fim da escuridão.
Luzia, então
caída em si, atormentada por remorsos, serviu a Glauco de guia até o fim de
seus dias.
Bartholomäus Spranger, Glauco e Cila , 1580/1582 (em pt.wikipedia.org). |
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