28 de novembro de 2010

TODO POEMA DE AMOR

queria fazer um poema que dissesse do amor
sem a baba que dele escorra
– pegajoso que é todo discurso amoroso –
mas que fluísse solto límpido
sobretudo muito moderno
bem ao gosto das pessoas de bom gosto

queria compor um poema lírico
sem pieguices sem babaquices
mas que pudesse muito bem e facilmente
causar arrepios em toda a gente
e no final encantasse por bobinho
qualquer coração desavisado de menina-moça
e esquentasse suas coxas redondas
e incendiasse seu clitóris travoso

queria compor um poema erótico
e depois deitado sobre o corpo da amada
descansasse do seu cio do seu gozo

mas todo poema de amor é tão bobo!...

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