18 de novembro de 2010

POEMA SIMPLES

Não trava o gosto na boca

(A. Rodin, O beijo, séc. XIX.)
A fruta que não se prova
A boca que não se beija
O beijo que não se rouba

Não trisca o tato na pele
O corpo que não se toca
A língua que não se roça
Por sob os negros cabelos

Não ferve de fato o sangue
A dor que passa ao largo
A traição consentida
E um arremedo de vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário