19 de maio de 2015

OH, AMOR!


Oh! Amor
Quantas coisas tenho deixado pelo caminho
Na intenção de um dia voltar
E resgatar intactas.
Mas foram tantas léguas na estirada
De uma empreitada dura.
Talvez um dia volte
Coxeando
Adernado
Alquebrado
Para catar o que delas sobrar
Expostas às intempéries da vida como foram.

Oh! Amor
Quantas encruzilhadas me detiveram a marcha
E eu sem ti ficava tonto
Desorientado
Porém contigo durante tantos anos
Seguia sempre o caminho deste outono
Em que me encontro.
Por isso é que hoje volto lento
Os passos a caminhar incertos
Sobre aqueles outros passos
Que deixei quando parti à cata do que me prometia a vida.

Recolho cacos
Talvez restolhos
Pedaços das coisas todas que deixei no tempo
Mas sigo intenso
Porque contigo, Amor, enfrento os ventos
E os desatinos
E tenho a certeza de superar os medos.

Cupido encordoando seu arco, Museus Capitolinos, Roma (em pt.wikipedia.org)

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