3 de fevereiro de 2014

NÃO ME QUEIRA MAL

Não me queira mal
Não se atormente
Eu sou assim mesmo sem pressa sem resistência
Às longas caminhadas
Eu posso ser seu companheiro
Pelas estradas cheias de obstáculos
Mas sem muita vontade de vencê-los

Não me entenda mal
Não me condene
Eu sou apenas um ser humano não perene
Disposto a viver muito
Sem sobressaltos
Sem construir castelos que degelem
Ou de areia fofa sobre o asfalto

Por isso vou vivendo assim
Desta maneira
Parecendo um bicho adormecido
Acuado por ser obrigado
A enfrentar o que vê pelo caminho

Apenas quero um ninho confortável
Um colo tépido a adormecer minha cabeça
Sem dores sem choros sem pesares
Eu não nasci para desbravador de mares
Nem tenho lança de herói
Nem arma de cowboy dos filmes
Apenas um coração tão distraído e tímido


Théodore Géricault, A balsa Medusa, 1819 (em pt.wikipedia.org).

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