deste morro tão baixo é que te vejo
pequena
liberdade
e conto sem dificuldades tuas
lâmpadas pelas ruas
pontilhando tua pouca iluminação
ainda agora ampliada pela do morro da
caixa-d'água.
tudo em volta é o que sobra da
escuridão dos pastos
e da pouca lavoura que restou para
teus filhos
que não enchem mais tuas ruas
acanhadas
nos finais de semana como outrora.
há noites e noites em tua história
sem fulgor
ó liberdade
e os dias se sucedem mostrando o teu
vazio de agora.
nem tua festa anual é tão cheia
quanto os corações encantados dos
teus filhos.
nem tua preguiça rotineira é tão
devagar
quanto o tempo que não corre em nossa
memória.
tuas casas ainda continuam olhando os
passantes
sem querer retê-los indefinidamente.
é que de teu calçamento sobreleva
alguma pressa
trazida pela estrada de asfalto
a comprovar tua ligação com o mundo
exterior.
mas fora de ti
doce liberdade
a vida é um compromisso feito apenas
de frio e dor.
(PS: Liberdade era o antigo nome da vila onde nasci, Carabuçu.)
![]() |
Van Gogh, detalhe de Noite estrelada (em viagem.uol.com.br). |
Há um jeito especial (claro, poético!)de unir o significado de liberdade com o nome da vila, hoje Carabuçu. Bravo, mestre!
ResponderExcluirEste poema perpetua na mente e no coração a doce lembrança da criança simples, feliz e alegre, livre, leve e livre pelos pastos e rios e lugares indescritíveis da vida que lá vivemos e os levamos em vôos altos um pouco mais longe. Saudades (Josias)
ResponderExcluirÉ verdade, conterrâneo!
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