16 de setembro de 2013

TERCEIRA IDADE É O CACETE!

Em dois momentos, nesses últimos dias, notei que estou realmente ficando velho. Ou que já estou velho, sem subterfúgios eufêmicos. Legalmente já o sou, embora não queira fazer muito uso dos benefícios que a lei me concede, a fim de que não me sinta, realmente, na tábua da beirada, à beira do abismo.

Um desses momentos foi o representado pela foto que minha amiga Laura Dutra fez durante o festival de gastronomia de Tiradentes, a fim de experimentar minha nova câmara fotográfica. Laura é exímia fotógrafa e quis conhecer minha nova aquisição. Até publiquei no Facebook o resultado daquele instante: eu e Jane em momento de fruição do festival. Não pude deixar de notar – foto é pior que promotor de justiça – que estou um tanto alquebrado pelo tempo.

E o ilustre leitor que me honra nessa leitura há de perguntar:

- E aí, Mané, não tem espelho em casa? Não se vê todo dia?

Pois é! Faço o maior esforço para não me ficar olhando ao espelho. Não gosto muito de mim mesmo. Nem de espelhos. Acho a Shakira e a Beyoncé mais bonitas. Sempre que tenho de me dirigir ao espelho só atento para o que de fato estou fazendo: a barba, os dentes, aquela mancha que precisa ser removida. Contudo não faço uma pesquisa de campo mais ampla. Ou melhor, não fico me admirando. Sou propriamente o anti-Narciso.

Na foto, contudo, isso fica evidente. Você se olha por inteiro, já que a foto o reduz a dimensões liliputianas. 

E lá estou eu já com o aspecto que deve ter um cara que chegou aos sessenta e seis anos. Sem choro, nem vela!

Já o outro momento ocorreu exatamente no dia 5 deste mês. Vejam que o troço me marcou de modo sério.
Fui para Bom Jesus do Norte visitar minha mãe, depois de deixar Jane em Miracema com a sua. Cheguei lá pelas três horas da tarde e tremi algumas vezes de frio, a temperatura não baixando mais que 21ºC. Até conferi no termômetro lá de casa.

Achei aquilo muito estranho. Só as pessoas idosas sentem frio com 21ºC. Até o dia anterior eu havia sentido calor com a mesma temperatura em Itaperuna. Alguns até hão de me dizer que em Itaperuna é sempre quente, não importa o que o termômetro marque.

Porém, até então, em toda a minha vida, jamais havia sentido calafrios com tal temperatura. Fiquei triste, porque percebi que os hormônios que nos fazem mais resistentes ao frio que as mulheres, por exemplo, podem estar indo embora, me abandonando de forma inapelável.

É, de repente, acho que desci um degrau definitivo na carga etária!

Mas, mesmo assim, não sou terceira idade, melhor idade, ou outros eufemismos idiotas com que tentam dizer para nós que ficamos velhos.

Fiquei velho, e pronto! Azar o meu!

Jane e eu, em foto tomada pela amiga Laura Dutra.

4 comentários:

  1. O segredo é não tirar foto muito de perto, Saint...
    Um abraço GRANDE,
    Rogério

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    1. Verdade, Rogério. E, melhor ainda, no meio de uma paisagem exuberante.

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  2. Somos parceiros inclusive na idade, dezembro vem aí. Concordo com o Rogerio, idoso sim mas, velho é a ..., abraços.
    Paulo

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  3. Ah, você, Mestre, tá um terceiro-idosinho muito do jeitoso.

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