10 de maio de 2014

MULHERES BRASILEIRAS (VI) - ORIENTAIS

Antes de aprender a gostar de peixe cru, aprendi a admirar a beleza das orientais. O problema é que, no Brasil, todas são japas, não importa de que país venham, ou que ancestrais tragam em seu sangue e na sua história.
Assim as japonesas, com toda a graduação de descendência – issei, nissei, sansei, yonsei, etc.  –, passaram a ser hegemônicas. Quando nos deparamos com qualquer mulher de olhos puxados pelas ruas, julgamos sempre ser uma japa.
Em alguns lugares do Brasil, sua presença é maior, mais efetiva. Noutros, quase não se vê. Mas não há como não se encantar com o jeito mimoso, o olhar que parece sempre sorrindo, das orientais. Renato Teixeira compôs belíssima canção – Terumi – em homenagem a uma sua prima japa.
Numa viagem que eu, minha mulher e amigos fizemos pelo hoje famoso Cone Sul, na década de 70, tive oportunidade de testemunhar a magia que as orientais exercem sobre os demais. Conhecemos, no trem que nos levava de São Paulo a Corumbá, uma bela nissei paulistana, que passou a compartilhar conosco alguns momentos da viagem. Com sua presença no grupo, conseguíamos atenção redobrada de bolivianos, peruanos e chilenos, para as nossas necessidades. Ela, inclusive, se sentia incomodada por chamar tanta atenção, sendo a menorzinha entre nós.
Muito tempo depois é que apareceram em rede nacional nisseis do volume e da extensão de Sabrina Sato e de Danielle Suzuki, que, convenhamos, são de fazer chinês errar na massa do pastel, né não?
Entretanto, antes de essas duas se tornarem as preciosidades que são hoje, já mourejava, se é que se pode assim dizer, pelos corredores da repartição pública onde trabalhei por trinta e oito anos, uma linda proprietária de dois olhos amendoados, que despertavam o interesse de toda a gente. Por uma dessas fatalidades benéficas que a vida nos reserva, ela foi trabalhar exatamente no setor em que eu estava lotado. E só então pude descobrir que, sobre a beleza nissei que tinha, produto da mistura de japonês com espanhola, ela encantava também por suas qualidades interiores. Trabalhar ao seu lado, além de se constituir em deleite, era uma tranquilidade, pois ela estava sempre disposta a colaborar. Pouco tempo depois, um brasileiro distraído foi enredado por seus encantos.
Limitado em minha admiração a essas quatro nisseis que citei, certa vez fui a São Paulo, por ocasião da Bienal de Artes do Ibirapuera, quando, então, levei minha mulher e minha filha para conhecerem o Bairro da Liberdade. Ora, a quantidade de orientais bonitas, elegantes e modernas que vimos era de assombrar olhos redondos. E foi com essa convicção que voltei ao trabalho, na semana seguinte, oportunidade em que disse à minha colega:
- Pode baixar sua bola, que no Bairro da Liberdade há um monte de japas bonitas como você!
Ela sorriu, apertando mais os olhos, e fez aquela cara de fingido desgosto que só as orientais sabem fazer.



Sabrina Sato (em redeto.com.br).

2 comentários:

  1. Plenamente de acordo, quanto à beleza das Orientais! Já tive oportunidade de dizer no meu blog, que onde vi mulheres mais bonitas e em maior quantidade, foi no Sul da China.

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    1. Pois me lembro desta tua postagem, Moreirinhas. E, inclusive, fiquei surpreso pela informação, mas não duvidei. É que nunca estive por aquelas bandas do mundo. Abraços.

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