Antes de aprender a gostar de
peixe cru, aprendi a admirar a beleza das orientais. O problema é que, no
Brasil, todas são japas, não importa de que país venham, ou que ancestrais
tragam em seu sangue e na sua história.
Assim as japonesas, com toda a
graduação de descendência – issei, nissei, sansei, yonsei, etc. –,
passaram a ser hegemônicas. Quando nos deparamos com qualquer mulher de olhos
puxados pelas ruas, julgamos sempre ser uma japa.
Em alguns lugares do Brasil, sua
presença é maior, mais efetiva. Noutros, quase não se vê. Mas não há como não
se encantar com o jeito mimoso, o olhar que parece sempre sorrindo, das
orientais. Renato Teixeira compôs belíssima canção – Terumi –
em homenagem a uma sua prima japa.
Numa viagem que eu, minha mulher e
amigos fizemos pelo hoje famoso Cone Sul, na década de 70, tive oportunidade de
testemunhar a magia que as orientais exercem sobre os demais. Conhecemos, no
trem que nos levava de São Paulo a Corumbá, uma bela nissei paulistana, que
passou a compartilhar conosco alguns momentos da viagem. Com sua presença no
grupo, conseguíamos atenção redobrada de bolivianos, peruanos e chilenos, para
as nossas necessidades. Ela, inclusive, se sentia incomodada por chamar tanta
atenção, sendo a menorzinha entre nós.
Muito tempo depois é que
apareceram em rede nacional nisseis do volume e da extensão de Sabrina Sato e
de Danielle Suzuki, que, convenhamos, são de fazer chinês errar na massa do
pastel, né não?
Entretanto, antes de essas duas se
tornarem as preciosidades que são hoje, já mourejava, se é que se pode assim
dizer, pelos corredores da repartição pública onde trabalhei por trinta e oito
anos, uma linda proprietária de dois olhos amendoados, que despertavam o
interesse de toda a gente. Por uma dessas fatalidades benéficas que a vida nos
reserva, ela foi trabalhar exatamente no setor em que eu estava lotado. E só
então pude descobrir que, sobre a beleza nissei que tinha, produto da mistura
de japonês com espanhola, ela encantava também por suas qualidades interiores.
Trabalhar ao seu lado, além de se constituir em deleite, era uma tranquilidade,
pois ela estava sempre disposta a colaborar. Pouco tempo depois, um brasileiro
distraído foi enredado por seus encantos.
Limitado em minha admiração a
essas quatro nisseis que citei, certa vez fui a São Paulo, por ocasião da
Bienal de Artes do Ibirapuera, quando, então, levei minha mulher e minha filha
para conhecerem o Bairro da Liberdade. Ora, a quantidade de orientais bonitas,
elegantes e modernas que vimos era de assombrar olhos redondos. E foi com essa
convicção que voltei ao trabalho, na semana seguinte, oportunidade em que disse
à minha colega:
- Pode baixar sua bola, que no
Bairro da Liberdade há um monte de japas bonitas como você!
Ela sorriu, apertando mais os
olhos, e fez aquela cara de fingido desgosto que só as orientais sabem fazer.
![]() |
Sabrina Sato (em redeto.com.br). |
Plenamente de acordo, quanto à beleza das Orientais! Já tive oportunidade de dizer no meu blog, que onde vi mulheres mais bonitas e em maior quantidade, foi no Sul da China.
ResponderExcluirPois me lembro desta tua postagem, Moreirinhas. E, inclusive, fiquei surpreso pela informação, mas não duvidei. É que nunca estive por aquelas bandas do mundo. Abraços.
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