I
toque
o meu corpo de leve
a
mão a favor dos pelos
sem
unhas sem compressão
só
isso me basta para achar
que
a vida tem solução
II
o
mar me chama e me engana
com
suas ondas promissoras.
no
entanto fico quieto no meu canto
no
meu apartamento
no
meu mundo.
quando
criança
aprendi
que água não tem cabelo.
III
ilusão,
mermão,
é
julgar que os calos na mão
serão
nossa salvação.
verdade,
ô amizade,
é
que a lei da prosperidade
aqui
é a rapacidade.
IV
– PASSARINHADA
se
o vento silva na noite mansa da selva
que
barulho será esse ao amanhecer?
são
os gorjeios dos pássaros
assustados
com a luz dourada do sol.
V
sou
de limo feito pedra debaixo da correnteza
escorrego
pelos dedos
vacilo
quase
sem erro
![]() |
Nascer do sol em Jaguanum, fioto de Marcão Mandarino. |
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