18 de dezembro de 2012

SÓ UM VENTO FRESCO E BRANDO

só um vento fresco e brando pela fresta da janela
só uma lua a um canto da casa desolada
só uma estrela no céu ácido da boca
e no corpo dourado do sol salgado do mar
um ponto perdido na memória
dos dias findos
e do prazer etílico dos sentidos

só uma luz furtiva e baça nos olhos úmidos
só um odor perdido entre lençóis molhados
só uma canção nas línguas retorcidas
e na alma condoída de dores e remorsos
um conto inverossímil no passado
das noites indormidas
e dos sonhos que sonhamos nossos

Icaraí ao pôr do sol (foto do autor).

Nenhum comentário:

Postar um comentário