Você espera que o tempo
passe diante de si
Sem se importar se irá com
ele ou não
Ignora o tempo
E vive cada dia da vida como
uma repetição
Os mesmos dias as mesmas
coisas de sempre
O tempo se vai
E você fica sentado à
varanda
Olhando o escorrer da vida
Como se observasse a água
mansa daquele córrego tranquilo
A rumorejar cantiga dolente
Sob a paineira solene
No fundo do quintal
O turbilhão que não
pressente
Dará seu jeito
Imprimirá seu ritmo
E quando você notar
Infelizmente
Já estará com a quilha do
barco apontada para o poente
Assim
Não mais que de repente
Como diria aquele poeta
distante do tempo presente
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Gustave Doré, ilustração para a Divina Comédia (A barca de Caronte). |
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