13 de janeiro de 2015

POEMA DE INVERNO


O frio entra pela greta da porta
(no meu idioleto fresta é palavra de poeta)
E traz o ar gelado lá de fora

Aqui dentro é hora de um conhaque potente
Para espantar o frio que está na alma
Enquanto tecemos conversas sem ponto

Pode ser que solucionemos nossas dores
Antes do fim do trago
Não importa

Por isso é que durante o frio
Se não saio para a rua
A experimentar o ar gelado que do mar aporta
É porque estou cogitando de coisas
Que no calor nunca me ocorrem

Mas não vedo a porta
É preciso estar assim disposto a tal incômodo
Que um gole de conhaque reconforta


Artland Glasbild, Cigar and cognac (em otto.de
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Nota: Este poema já estava pronto há alguns meses. Publico-o agora, em pleno verão, sem querer ser irônico, Quando lemos um livro, a datação da história não importa muito ao momento da leitura.



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