4 de janeiro de 2015

PRESENTE


Quando eu ficar velho (Ainda não estou?)
Não me deem meias
Não usarei mais sapatos fechados
E já estarei com a vista fraca para o que não for inteiro.
Me deem sonhos
Não os de padaria
Estarei com a glicose descontrolada
E talvez terei perdido a esperança no futuro.
Não me deem passagens para lugares distantes
Me deem livros
Que poderei viajar sem sobressaltos
Recostado no travesseiro no meu quarto.
Não me deem sustos
O coração poderá ter seus distúrbios
E não mais trabalhar direito.
Contudo
Poderão continuar a me dar música
Que prometo não ficar surdo. 

Imagem em minastenisclube.com.br.

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