Minha
mãe amassa a massa
Com
que faz pastéis de sonhos
Beijus
que cintilam no céu da boca
Enrola
a massa em tranças de Rapunzel
Cristalizadas de açúcar
Com
que a vida adoça
Faz
pão italiano de redondo feitio caipira
Bolo
com gosto de infância
E
broa de milho da roça
Mexe
o tacho do açúcar mascavo
E
na calda fumegante derrama amendoim torrado
Donde
saem alegres pés de moleque
O
pão dormido ela acorda como mironga
E
com natas recolhidas por semanas
Misturadas
à farinha
Faz
pãezinhos indescritíveis que derretem em plena boca
Todas
essas receitas traz de cor no coração de mãe
De
avó
De
bisavó
Não
estão anotadas
E
por menos que um por elas clame
Estarão
prontas
E
nenhuma delas jamais desanda
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Obra de Johannes Vermeer, Leite fresco, 1658/60 (sv.wikipedia.org). |
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