3 de novembro de 2014

DESTA JANELA

Desta janela
Aberta sobre o nada
Entrevejo a lua num céu de lata enferrujada
Entre prateadas nuvens distraídas
Salpicado de estrelas decadentes

Ao lado dela
Uma estrela amarela
Que parece tê-la como afilhada
Pois que confia a ela seus segredos de madrugada
Imersos em plangentes serenatas

Pode ser que seja Vênus desnudada
Tal estrela
Ou Marte tremeluzente
Júpiter apaziguado?
Ou mesmo quem sabe
Uma espaçonave abandonada
No estacionamento do céu onipresente
Na rota de serestas inexistentes
A iludir minha imaginação alucinada

Van Gogh, A noite estrelada, 1889 (em wikipedia.org.).

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