Desta janela
Aberta sobre o nada
Entrevejo a lua num céu de
lata enferrujada
Entre prateadas nuvens
distraídas
Salpicado de estrelas
decadentes
Ao lado dela
Uma estrela amarela
Que parece tê-la como
afilhada
Pois que confia a ela seus
segredos de madrugada
Imersos em plangentes
serenatas
Pode ser que seja Vênus
desnudada
Tal estrela
Ou Marte tremeluzente
Júpiter apaziguado?
Ou mesmo quem sabe
Uma espaçonave abandonada
No estacionamento do céu
onipresente
Na rota de serestas
inexistentes
A iludir minha imaginação
alucinada
![]() |
Van Gogh, A noite estrelada, 1889 (em wikipedia.org.). |
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