17 de outubro de 2014

MINHA TERRA


Minha terra
Também como um antigo quadro
Está pregada
Na parede interna do meu coração distraído
Obstruindo coronárias alteradas
Tal Itabira na memória do poeta
Só que no meu caso
Com prego galeota
Daqueles de pregar pranchas
Em velhas pontes de madeira
Sobre os valões cristalinos no meio do mato
De modo tão profundo quanto o de Carlos
Apenas Carabuçu não dói
E a ferrugem inexorável do tempo
Os pregos não corrói
Mas volta e meia
Como se dizia outrora
Uma lágrima furtiva
Escorre dos meus olhos
E seca célere tão logo aflora

Igreja de Santo Antônio, Carabuçu-RJ (foto do autor).

Nenhum comentário:

Postar um comentário