Do Rio de Janeiro
Não tem dentes
Não tem língua
Tem assalto e morte
E a vida não é um palco iluminado
Veste-se de desenredo
As estrelas pipocam no céu
Da meia-noite
Em rajadas
Traçantes
Certeiras
Até encontrarem um peito
Desavisado
Um coração sorrateiro
A boca da noite
Do Rio de Janeiro
Tem o hálito pútrido
Do medo
Da violência
Da bomba
Do tiroteio
“E hoje
Quando do sol a claridade”
Abrasa os olhos
Tenho saudades
Da pomba-rola que voou
No imemorial céu
Estrelado
Do Rio de Janeiro.
(Versos incidentais e citações de Chão de estrelas, de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas.)
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