Minha
mãe gostava/gosta de rezar e ver a família reunida em torno de uma mesa farta.
Onair
gostava de se fantasiar de baiana no Carnaval e sair no bloco pelas ruas da
vila.
Darcy
Modesto gostava de vender cachaça.
Isaías
Bonga gostava de partir como um foguete pela ponta esquerda do Liberdade
Esporte Clube e cruzar a bola sobre a área.
Tio
Inácio gostava de dirigir seu velho caminhão Ford Gigante atabalhoadamente
pelas estradas de chão.
Nico
Dutra gostava de camisas de linho branco passadas à perfeição e dar tacadas estrambóticas nos
jogos de sinuca.
Romeu,
Renato e Antônio Milton gostavam de ganhar nos jogos de sinuca de quem os
desafiasse.
Zezé
Peçanha gostava de cuidar da pracinha recém-reformada com uma disposição de
leão de chácara.
Tia
Edith gostava de ir às missas na capela e zelar por sua extensa prole.
Tio
Tônio Pinto gostava de sorrir meio sem jeito, como um Figueiredo, e fazer
sorvetes cremosos.
Heitor
Barroso gostava de fazer peças em metal e liderar o grupo de escoteiros que criou
na vila.
Paulinho
Sucanga gostava de pilhérias e de jogar futebol com a maestria dos grandes
craques brasileiros, apesar do seu jeito franzino.
Tio
Cícero gostava de aplicar vacinas nos habitantes de vila com uma pena de caneta tinteiro quebrada, com que escalavrava a pele do braço.
João
Dutra gostava de contar histórias hilariantes e gabar as qualidades inimitáveis
do seu relógio de bolso.
Nego
Souza gostava de dar boas gargalhadas e fazer uma barba bem escanhoada nos
fregueses.
Deco
Manhães gostava de contar causos engraçados e chamar os amigos de Campeão: Aí,
campeão!
Alcides
Relojoeiro gostava de consertar relógios e permanecer recluso em casa.
Messias
gostava de sua cachorra Certeza, de remendar sapatos e tocar trombone na
Furiosa.
Juca
Jacó gostava de pilar arroz e zelar por sua família numerosa.
Lulu
gostava de pilar arroz e fazer fubá e canjiquinha.
Jair
Pasarelo gostava de dar boas gargalhadas, enquanto cuidava dos cavalos em sua
cocheira.
Roldão
gostava de atender seus fregueses no bar, sempre com uma cerveja gelada e um
bom tira-gosto.
Laura
gostava de receber e entregar correspondência, no postinho dos Correios em sua
residência.
Felisberto
gostava de fazer seus sermões na Igreja Presbiteriana e cuidar de sua loja
comercial.
Antônio
Miranda gostava de manipular suas poções e cuidar da saúde dos moradores da
vila.
Mansur
gostava de dirigir caminhão, durante a colheita da cana, e fazer excelente
comida árabe em seu bar.
Seu
Amim gostava de cuidar de seu automóvel, que servia de carro de praça nos idos
de 50 e 60 na vila.
Tio
Tieca gostava de, a cada verão, alugar casa em Guaxindiba e lá passar um bom
tempo, levando consigo vários agregados.
Mané
Gibaita gostava de consertar motores e construir alguma máquina que o fizesse
voar.
Zé
Caiana gostava de gaguejar e fazer pães e roscas na padaria.
Joaquim
Eletricista gostava da família numerosa e de zelar pelo serviço de fornecimento de energia
da vila.
Dona
Zulmira gostava de plantar verduras e temperos em sua horta caprichada.
Cirilo
Braz gostava da sua venda sempre animada nos fins de semana.
Dona
Nega gostava de sua coleção de miniaturas de Coca-Cola e de fumar seu cigarro
tranquilamente.
Elias
Penudo gostava de manter seu bom humor e sua máquina de pilar funcionando.
Eu gosto de recuperar essas
memórias, para que o tempo não as deixe no limbo para sempre.
Um show de lembranças que somente podem ser contatas, devido os feitos e legados deixados por pessoas, que escreveram suas vidas e suas histórias no dia a dia da nossa vila.
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