Tirante o mato crescido
Por baixo já não há erva
Tirante o peso dos ombros
A vida segue de quebra
Tirante o gosto de fel
A língua bem se machuca
Tirante o caos nacional
A política vai turva
Tirante a faca no peito
A vida supre a miséria
Tirante a borra do vinho
O espírito reverbera
Tirante o caco de vidro
Por sob os pés é só pedra
Tirante o que já não presta
É desespero o que resta.
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Gustave Doré, A queda dos Titãs, 1866 (em wikiart.org). |
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