3 de maio de 2017

CONFISSÃO


Assumo que resumo o que eu fiz
Em quase nada.
Quase tudo foi fortuito
Um outro tanto gratuito.
Planejados
Somente os armários do quarto
E as aulas que ministrava aos quatro ventos
Para alguns tantos alunos atentos
Porque os outros oh! os outros
Nem queriam saber do que tratava a gramática
Apenas o resultado do jogo do Flamengo
Como aquele aluno ao lado da janela
Fone aos ouvidos
A se preocupar com os lances do primeiro tempo
Enquanto a prova pedia sua atenção.

Tudo mais
Ou quase tudo
Inclusive a preocupação de criar os filhos
Foi como um experimento
A tentativa de que tudo desse certo
Embora sem a mínima noção do correto
De que um dia eles estivessem cobrando
A correção daqueles momentos
Para saber se tudo não teria sido em vão.

Música na praia (foto do autor).


3 comentários:

  1. Com estes versos brancos, as lições do mestre não cessaram...

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  2. Sem termos como dimensionar, vamos construindo o mundo sem nem ao mesmo saber como - e de que forma. Bela reflexã; belíssima foto. Abraço, Saint-Clair (nao tenho sido avisado de suas postagens - o que é ruim, pois fico sempre pensando: "e o Saint-Clair, porque anda sumido?". Mas fico feliz em ver que você está firme, forte e produtivo). ELIAS.'.

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    1. Às vezes com um pouco de preguiça, Elias, mas continuo. Obrigado pela leitura e pelos comentários. Se vier a Niterói, certamente encontraremos tempo para um papo. Abraços.

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