Em Miracema
Parte do poema
Se faz com sangue
Redanha vísceras e banha
Nos múltiplos açougues
De carne de porco
E nos botequins onde se o come
Outra parte
Se faz com o povo
E sua mania tamanha
De ser feliz
E rir comemorar
E desfrutar de tudo aquilo
Que a outra gente pareceria estranha
Outra parte
Se faz com a terra
E as coisas que dela brotam
O chão de onde aflora
O que se ganha
Do trabalho insano
A exigir o suor sofrido
Do ser humano
Outra parte
Se faz com os sonhos
Daqueles que pensam
Que existam outros planos
A se cumprirem durante os anos
Que a vida lhes reserva
E vão atrás de realizá-los
Com seus encantos
E assim por todo o sempre
Em Miracema
Todo poema
É feito de muitas partes
Que se completam
Por mais estranhas que pareçam
E ainda bem que assim seja
Paisagem enevoada na estrada de Campelo, Miracema-RJ (foto do autor). |
Que lindo!
ResponderExcluirObrigado, Rosane!
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