2 de janeiro de 2014

POEMAS MÍNIMOS I

I
toque o meu corpo de leve
a mão a favor dos pelos
sem unhas sem compressão
só isso me basta para achar
que a vida tem solução

II
o mar me chama e me engana
com suas ondas promissoras.
no entanto fico quieto no meu canto
no meu apartamento
no meu mundo.
quando criança
aprendi que água não tem cabelo.

III
ilusão, mermão,
é julgar que os calos na mão
serão nossa salvação.

verdade, ô amizade,
é que a lei da prosperidade
aqui é a rapacidade.

IV – PASSARINHADA
se o vento silva na noite mansa da selva
que barulho será esse ao amanhecer?
são os gorjeios dos pássaros
assustados com a luz dourada do sol.

V
sou de limo feito pedra debaixo da correnteza
escorrego pelos dedos
vacilo
quase sem erro

Nascer do sol em Jaguanum, fioto de Marcão Mandarino.


Nenhum comentário:

Postar um comentário