8 de junho de 2025

UTOPIA*

Eu quero uma casa no canto

De um lugar qualquer

De um jardim sofrido

No fim de uma rua insólita

Eu quero me esconder do mundo

Viver à margem do tiroteio

Do golpe cibernético

Do esculacho do meliante

Do imposto escorchante

Da política comezinha

 

Eu quero uma casa se tanto

Num canto qualquer

Ou um mocambo

Em que encontre

A paz e o sossego

E um pouco de água fresca

Para abrandar o sofrer.

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*Motivado pela canção Casa no campo, de Tavito e Zé Rodrix.


                                                Imagem em pinterest.com


21 de maio de 2025

MAIS UM OUTONO

Tantos outonos

Têm passado por mim

E todos me deixam tonto.

Tenho pelo outono

Uma bonomia

Que não nutro

Pelas outras estações.

Na estação em que me ponho

Espero a passagem do outono

Como se fosse um abono

Pelas outras que virão

A cada ano.


Tarde de outono (foto do autor).


18 de abril de 2025

REMORSO


- Remorso, moço, é um troço embaraçoso que atravessa o peito da gente como uma flecha encastoada bem no meio do coração. Digo isso, porque penso agora numa tia, que passou parte da vida de casada implicando com meu tio e o seu gosto de beber cachaça, jogar carteado e torcer pelo Fluminense, e depois ficava diante da tevê, nos jogos do Tricolor, os olhos marejados d’água, assim que ele se finou. Rigorosamente ela nem sabia para que lado torcer, mas gastava os noventa minutos, incluindo o intervalo e os acréscimos que dá o juiz, imóvel na frente do aparelho. E passava todo o tempo da partida com os olhos fincados na tela, como se o procurasse, em vão, entre os torcedores.

Tão logo o jogo acabava, ela ia para frente da imagem de São Judas Tadeu, que era o santo da devoção dele, embora nunca tenha entrado numa igreja, a não ser quando se casou há não sei quantos anos, e lá, olhando fixo os olhos da imagem, fazia seus pedidos, suas orações, para que aquele remorso se findasse, como se finou seu marido, meu tio de muito boa lida com toda gente, que morreu dormindo como um passarinho, na mais santa paz. E acho que também pedia para que, caso fosse digna de misericórdia, se finasse tal qual ele mesmo, de modo a purgar esse remorso que enchia seu coração de dor e de tristeza.

Certa vez, sua filha mais nova, que, por não se ter casado, ainda morava com ela, a viu mexendo numas camisas antigas dele, nas quais passava as mãos como se as acarinhasse. Até cheirar, ela cheirou. E encostou a fralda da camisa no seu rosto. Essa filha, minha prima, depois me contou isso e ficou imaginando o que se passava com a mãe. No fundo, bem lá no fundo, ela desconfiava das razões, porque foi testemunha das malquerenças dela com o pai, sobretudo nos anos finais da convivência dos dois.

E o meu tio, enquanto vivia seus dias até a morte, levava na mesma batida de sempre o seu viver distraído, sem se amofinar com as caturrices dela, bebendo sua cachacinha de alambique, jogando seu baralhinho de fim de tarde e gritando gol, como se estivesse na arquibancada do campo de futebol, quando o seu time metia a bola na rede do adversário. E era o instante em que ela, de rabugice, às vezes quebrava um copo de propósito, deixava cair uma vasilha no chão, para atrapalhar aquele momento de prazer que ele tinha. Sobressaltado, ele virava a cabeça a indagar dela o que ocorrera, e ela, com certa antipatia, respondia entre dentes que não havia acontecido nada, que ele podia voltar a se preocupar com o seu jogo. Aliás o seu maldito jogo!

Na vila ninguém sabia disso, pois ele jamais reclamava com os amigos, mesmo que estivesse amuado. E, por vezes, descontava a chateação com uma tacada vigorosa na bola sete – morre não morre na boca da caçapa –, momento em que vibrava o taco como uma espada em duelo e aproveitava para pedir mais uma dose de calibrina, que sorvia de um só trago, estralando a língua ao final, seguido de uma careta.

Tempos depois, ao morrer numa madrugada sombria, sem um ai, sem um tremelique no corpo, deixou atrás de si uma espécie de alívio, nas palavras da minha tia, que não atinou naquele momento para as consequências da sua ausência. Penso mesmo que ela foi incapaz de perceber que o amava, ao mesmo tempo em que implicava com ele. É que ela era uma mulher enquizilada, de mal com a vida que tinha, repleta de apertos e privações, que sempre atribuía a ele e à sua vida um tanto insensata.

Daí pra diante, moço, o remorso remoía dentro dela feito uma verruma rombuda procurando furar madeira dura, numa gastura diária que parecia sem fim. Mas tinha a esperança de que, um dia, aquilo se aquietasse, e esse remorso se findasse, como tudo se finda na vida, como meu próprio tio se findou e ela também iria se findar.

Tempos depois, quando minha tia morreu, levou consigo um semblante serenado, como se meu tio tivesse passado, lá do além para onde foi, uma borracha definitiva sobre tudo o que sofreu com ela. Eu, que sabia de toda a história e estava presente no velório, senti isso: meu tio foi capaz de perdoá-la no momento derradeiro.

- E, por acaso, eu conheci essa sua tia, rapaz? Esse seu tio?

- Conheceu não, moço. E acho que só relatei isso para dizer como o remorso é esse troço embaraçoso na vida da gente.

John Williams Waterhouse, O remorso de Nero, 1878 (imagem em Wikimedia Commons).



14 de março de 2025

A VIZINHA NOJENTA

Nem todo dia ela fazia tudo sempre igual.

Às vezes acordava um pouco mais tarde e não punha um disco do Chico para rodar. Por vezes, Paulinho ou Monarco. Quem sabe Xangô da Mangueira, se a ancestralidade batesse forte. E mantinha seu estado de espírito saracoteante assim até o fim do dia. Se acordasse feminista, como nos tempos acadêmicos, tocava Teresa Cristina, ou Dona Yvone Lara. Se engajada e debochada, era Tom Zé. Se reivindicatória, Lecy Brandão, ou, mais contundente, Racionais MC's. No dia em que começava com Piazzola e sua María de Buenos Aires, estava virada no cão, perigava esfaquear aquela vizinha nojenta, que teimava com Bruno e Marrone ou outra dupla sertaneja de menor figuração. Havia dias de Tom e Vinícius, sobretudo às sextas-feiras com suas promessas enganosas de amores possíveis e conforto de corpos. Se punha a tocar Wando, a vizinha nojenta sabia que não teria sossego pela madrugada afora, com os gemidos e sussurros a ultrapassar a tênue parede de drywall, entre seus apartamentos. E a veria, insuportável, escancarar  o sorriso, na manhã seguinte, ao som de Sérgio Sampaio, pondo seu bloco na rua, ou Gonzaguinha, vivendo sem a vergonha de ser feliz. Quando, bem lá do fundo, subia um Ravi Shankar e seu sitar insinuante, com o odor de incensos a compor o ambiente, a atmosfera bicho-grilo que ocorria pela lua cheia, a cada mês, dava o tom da noite. Celibidache regendo o Bolero de Ravel indicava a sua disposição para uma faxina cronometrada, quase marcial, por todos os cantos da casa. Era de subir poeira pelos vãos das janelas e frestas de portas. Isso, contudo, não era frequente. Lá uma vez ou outra, apenas. Vésperas de carnaval, rolava Carlinhos Brown e Olodum. A vizinha nojenta sabia que ela estaria com aquele abadá surrado, do último Carnaval que passara em Salvador bebendo todas, beijando muito e suando em bicas. Dias bem diferentes eram de Bach e Vivaldi, introspectivos, ensimesmados, em que fazia uma reflexão ampla do estar no mundo e coisas que tais, sem jamais chegar a qualquer conclusão. Nesses dias, a vizinha nojenta nem notava sua presença no edifício, a não ser que o som estivesse alguns decibéis a mais. Invariavelmente pela época das festas juninas, só rolavam as sanfonas de Luiz Gonzaga, Sivuca e Dominguinhos. E se espalhava pelo corredor um cheiro doce de pamonha, bolo de milho e canjica. Quando o bicho estava pegando mesmo, ensurdecia o andar com Deep Purple e Black Sabbath, de baixar polícia no local a pedido de vizinhos de vários andares. A vizinha nojenta era a única a não reclamar, pois gostava daquela zoeira ensurdecedora. E era o só momento em que ela e a vizinha nojenta estavam acordes em gosto musical. Quando amanhecia de ressaca, a boca amarga, o horizonte fechado a cadeado, punha a tocar Maysa ou Marisa Gata Mansa. E, se fosse caso grave de dor de cotovelo, baixava a guarda totalmente com Nélson Gonçalves e Lupicínio Rodrigues, sem o mínimo constrangimento de revelar a idade.

Lá um dia pôs a rodar a Sonata Patética de Beethoven. A vizinha nojenta estranhou. Nunca ouvira tal som, nos tantos anos de convivência de portas laterais, no corredor daquele antigo edifício residencial, nas proximidades do centro da cidade. Mas teve de sair para ir ao banco. E atribuiu a música às esquisitices da moradora do quinhentos e três, como de hábito.

Ao voltar, ainda pegou, do início, a Marcha Fúnebre de Chopin, o que a deixou ainda mais preocupada. Entretanto entrou para seu apartamento e tocou a vida, com os afazeres domésticos e os estudos em linha, para o trabalho final do curso.

Ao final da Marcha, fez-se um silêncio sepulcral no pavimento.

Não muito tempo depois, a vizinha nojenta percebeu entrar sob o vão inferior da porta um filete de água cor de rosa. Abriu a porta, a fim de descobrir a origem do vazamento, e constatou vir da vizinha musical ao lado. Tocou a campainha algumas vezes, sem sucesso. Como a água continuasse a escorrer também pelo corredor, interfonou ao zelador, comunicando o problema.

Rapidamente fez-se um ajuntamento de vizinhos à frente da porta, a qual, por mais que se tentasse, não foi aberta.

O zelador providenciou a vinda de um chaveiro e solicitou a presença de testemunhas, para que pudesse entrar no apartamento.

Lá no fundo, na banheira a extravasar água cor de rosa, estava o corpo inerte da mulher, com os pulsos cortados a gilete.

Ironicamente foi a vizinha nojenta que providenciou os trâmites dolorosos para sepultar a vizinha musical, que morrera sem ninguém a se preocupar com ela, uma vida solitária à procura de possibilidades impossíveis.

Nesse dia, ela e a vizinha nojenta fizeram tudo bem diferente do que haviam feito durante aquele tempo de estranhamento.

                                Imagem em olhardigital.com.br.

8 de janeiro de 2025

TERCEIRA IDADE

Pela manhã 
O velho vê-se ao espelho. 
As sobrancelhas sobre os olhos míopes 
Lançam pelos aleatórios 
Em direções atópicas. 
Apara os pelos brancos das narinas, 
Rapa a barba rala 
Como a caatinga 
Que suja sua cara 
Com tufos bem antigos, 
Ajeita os parcos cabelos 
Que ainda sobrevivem distraídos 
Do mais restante do corpo, 
Passa o desodorante novo 
E vai para o calçadão da praia 
Andar com passos trôpegos 
Esbarrando nas pessoas 
Que caminham alheias, 
Inalando a maresia que sobe do mar 
E olhando os corpos jovens 
Das mulheres que se bronzeiam 
Sobre a areia. 
Volta para casa 
Sorve um copo d’água 
Toma um café amargo 
E sente recarregada sua bateria 
Para um dia novo.

Praia de Icaraí (foto do autor)





1 de dezembro de 2024

BOTAFOGO CAMPEÃO

Quando, finalmente, o Botafogo garantiu a vaga para a decisão da Copa Libertadores da América 2024 contra o Atlético Mineiro, meu filho Pedro, que mora em São Paulo, ligou para mim e disse que viria assistir à final comigo em Niterói, acompanhado de seus filhos.

Ontem eles chegaram aqui pela manhã e voltaram a São Paulo no final da noite, a voz rouca, sem o mínimo desgaste da jornada, mas com a vitória atravessada no peito e o orgulho de ser botafoguenses.

Meu filho deve ter sentido a grandeza de tal instante para compartilhar com o pai, já beirando os  oitenta, que nunca tinha chegado a um momento histórico como este.

E esta paixão, vinda do seu bisavô Chico Albino, do seu avô Argemiro, de mim, e que se espalha pela família como uma marca definitiva de DNA cultural, ele a transmite a seus filhos Gabriela, Bruno e Maria, para que ela continue a se perpetuar nos descendentes.

Ontem esta paixão explodiu em nossos corações, em definitivo, no instante do terceiro, improvável, irresponsável e mágico gol de Júnior Santos, um pouco depois que a Jane, vascaína distraída que me acompanha nessa saga familiar, vestiu a camisa do Glorioso e voltou para a sala.

Estava selada a nossa conquista da América. A “glória eterna” agora também pertence ao clube que, ao lado do Santos, fez o Brasil ser reconhecido internacionalmente como o país do futebol.

E eu pude compartilhar com minha família – até Estefânia, a filha tricolor, estava presente com seu marido Edu e o filho Francisco – este momento de purgação de uma injustiça que o futebol nos vinha infligindo, mas que superamos soberanamente, com o melhor futebol que hoje se joga na América.

A despeito de tudo,  quero,  porém, afiançar aos amigos e leitores que continuo futebolisticamente humilde. Soberbamente humilde!

Foooooogo! ¡Fuuuuuueeeeego! Fire!

Imagem colhida na Internet.


30 de setembro de 2024

ESSA NOSSA RICA LÍNGUA IV - VOCABULÁRIO CONTRASTIVO DE CARABUÇU*

 

Como meus possíveis leitores já devem ter percebido, um dos meus grandes interesses é pela língua portuguesa e, particularmente, pelo modo como a usávamos na minha vila natal de Carabuçu, antiga Liberdade, quarto distrito de Bom Jesus do Itabapoana (RJ). Inclusive já postei aqui vários textos sobre o assunto.

Agora, no entanto, sem tecer considerações específicas, apresento um vocabulário contrastivo entre a língua comum, padrão, e a maneira especial de Carabuçu ao tempo em que lá vivi, até os anos sessenta do século passado.

É prudente que se diga que esse vocabulário é todo recuperado por minha memória, com a ajuda luxuosa do meu irmão Gutenberg e do primo José Fábio.

Devo esclarecer que nele não se registram pronúncias desviantes da forma padrão por questões culturais ou pessoais, como nesses exemplos:

Brabuleta, para borboleta;

Criosena/corosene, para querosene;

Pirinconto, para por enquanto;

Xamixuga, para sanguessuga;

Antonte, para anteontem;

Tresantonte, para trás-anteontem;

Crendospadre, para creio em Deus padre;

que se ouviam da emissão vocal de alguns dos nossos conterrâneos de formação escolar mais singela, ou mesmo sem esta.

 

Nesta relação registram-se palavras, locuções ou conceitos que, por lá, se faziam de uma forma própria, característica. É bom também registrar que todos eles eram usados por toda a população, caracterizando uma espécie de linguajar regional.

 

Aí está.

LÍNGUA COMUM

LINGUAGEM DE CARABUÇU

Abcesso

Postema

Absorvente íntimo

Paninho

Açúcar mascavo

Açúcar batido

Aguardente

Calibrina, camulaia, cachaça

Aipim

Mandioca, manjoca

Ajudante de circo

Amarra-cachorro

Algo sem valor ou mal-acabado

Fuleiro

Alpercata

Alprecata, precata

Alfinete de fralda

Vagabundo

Amasiado

Amigado, orelhado

Amasiar

Amigar, orelhar

Andar ao acaso; vaguear

Zanzar

Apaixonado

Enrabichado

Arco-íris

Arco da velha

Armazém comercial

Venda

Arrebentar

Pocar 

Arremessar, lançar fora

Tampar, tampar fora; varejar

Áspero

Caracaxento

Baile popular

Arrasta-pé, bate-coxa

Balançar

Balangar

Balanço (brinquedo)

Balango

Banheiro

Quartinho

Barriga

Pança, pandu (depreciativos)

Basculante

Vasculhante

Bastão de cipó

Gurumbumba

Beberrão

Pé de cana

Beldroega

Berdoega

Besouro

Bizorro

Bexiga natatória do peixe

Poque

Bifurcação

Forquilha

Biscoito de polvilho assado

Biscoito engano

Blefarite ciliar

Sapiranga, sapiroca

Bofetada

Sopapo, bofetão

Bofetada (dar...)

Sopapar

Bola de gude

Baleba

Bolo de fubá

Broa

Braguilha

Barguilha

Briga ou confusão generalizada

Arranca-rabo, pega-pra-capar

Cabine de caminhão

Boleia

Cachorro acometido de raiva

Cachorro doido

Cair (de certa altura ao chão)

Despinguelar

Caipira

Mocorongo

Caldo de cana

Garapa

Camaleão

Cambaleão

Cambacica (pássaro)

Caga-sebo

Candeeiro a querosene

Lampião e lamparina

Canjica doce (munguzá)

Canjicão

Canjica salgada (quirera)

Canjiquinha

Canoura (espécie de pirâmide invertida para verter grãos e palha)

Moega

Carnicão

Carnegão

Carrossel

Maxambomba

Cascudo (peixe)

Cascudo, caximbau

Castrar

Capar

Cata-vento

Papa-vento

Cavar

Cavucar

Cesto de bambu

Balaio e quiçamba (cf. a forma)

Chicote de talas

Rei

Chiqueiro de engorda

Ceva

Chupim (pássaro)

Vira-bosta

Chuva forte

Toró

Cinco Marias ou capitão (brincadeira com pedrinhas)

Tira-e-bota

Cinto

Correia

Cobertor para frio

Coberta

Cobertor rústico

Peleja

Cocada assada

Marom

Cogumelo de pastos

Mijacão, mijacão de cavalo

Coisa ou pessoa grande

Bicanca, bitelo(a), gibaita

Colibri

Beija-flor

Cometer uma gafe

Montar num porco

Complicado (pessoa ou situação)

Entisicado

Comportamento exagerado

Saliência

Condutor de carros de boi

Candeeiro, carreiro

Conduzir bois de carro

Candiar

Confusão generalizada

Quizumba

Conjuntivite

Dor de olhos

Coradouro

Quarador

Corar (roupa)

Quarar

Córrego

Corgo

Correr velozmente

Deitar o cabelo

Costas

Cacunda, lombo

Criança desesperada

Catiça

Criança manhosa

Bezerro-desmamado

Curau (doce)

Papa

De cócoras

De coque

De ponta cabeça

De cabeça pra baixo

De viés, enviesado

De vangüê, de revesgüete

Delongar, retardar

Ensebar

Dentadura (prótese)

Dentadura postiça

Desancado

Descadeirado

Desaparecer

Azular

Desconfiado

Cismado, encafifado

Desconjuntado

Escabufado

Desdentado

Banguela

Desengonçado

Escalafobético; desconxavado

Desgraça!

Desgrama! Desgraça!

Desgraçado!

Desgramado! Desgraçado!

Desistir de um negócio

Sentar no cachorro da espora

Desvairar

Variar

Desviar

Desguiar

Diarreia

Piriri

Diarreia grave

Escandescência

Diplópode (piolho-de-cobra)

Gongolo

Discernir; entender

Divulgar

Divagar (numa conversa)

Rodear

Encurvar; prostar-se

Morgar

Enfiar

Tafuiar

Enganar o outro num negócio

Dar a volta

Envergonhado

Avexado

Enxada velha

Cacumbu

Esponja de banho

Bucha

Espumadeira

Escumadeira

Estilingue

Seta

Estrábico

Zarolho, caolho

Exaltado (pessoa)

Esquentado

Fantoche, marionete

Briguelo

Ferro de passar

Engomador

Ficar amuado

Amarrar o burro

Filho caçula

Raspa(rapa)-de-tacho

Fresta

Greta

Fricote; ataque nervoso sem motivo

Chilique

Fruta-do-conde

Pinha

Fuligem negra de cozinha

Picumã

Gabar

Gavar

Galinha-d'angola

Galinhola

Gargalhar, rir muito

Pocar de rir

Gaturamo

Gaturama

Glutão

Limpa-trilho

Grampo de cabelo

Miss

Grande confusão

Pega-pra-capar

Grupo de pessoas suspeitas

Corriola, culundria

Guabiroba

Gabiroba

Habilidoso

Jeitoso

Hoje cedo

De já hoje (pronunciado dijaoje)

Icterícia

Tiriça

Importuno, chato (pessoa)

Tiririca

Inconveniente (pessoa)

Pela-saco

Indivíduo de aparência suspeita

Pinta-brava

Indivíduo malvestido ou feio

Cafuçu

Indivíduo sem fibra

Calça-frouxa

Inesperadamente

De supetão

Infusão de ervas medicinais

Garrafada

Ingênuo

Coió, bobo

Insignificante

Mixuruca

Interjeição de forte desagrado

Cabrunco!

Jerivá (palmeira)

Coco-catarro

Joelho valgo

Junteiro

Jogador de futebol ruim

Pereba

Jogo de azar com um dado

Caipira

Jogo de azar com três dados pequenos

Cisplandi/cisprandi

Jongo

Caxambu

Lanche

Merenda

Lanchar

Merendar

Limpar o teto internamente

Vasculhar

Lombriga

Lombriga, bicha

Lucro exagerado numa venda

Manta

Manivela de partida de motor

Manícula

Malfeito

Cagada, cagança

Maltratar

Judiar

Massa de pastel frita sem recheio

Biju

Melancólico, triste

Macambúzio

Menina recém-nascida

Menina-mulher

Menino recém-nascido

Menino-homem

Mentir

Pregar mentira

Mexido (comida)

Misturado

Milho de pipoca

Milho-alho

Milho de pipoca não estourado

Caroá

Mistura de café com leite e pedaços de pão ou rosca

Solda (com ô fechado)

Mortadela

Salame

Mulher assanhada

Sirigaita

Necessitado; carente

Precisado

Névoa

Cerração

Omelete

Fritada

Ônibus

Auto

Pancada com o nó do dedo na cabeça de alguém

Cascudo

Pântano

Brejo

Panturrilha

Barriga da perna

Pega-pega (brincadeira infantil)

Siliprina

Pele caída

Pelanca

Pensativo, preocupado

Encasquetado

Pequena refeição para viagem

Matutagem

Perversidade

Judiação

Peruca

Cabeleira postiça

Pesca com linha, sem vara

Varejo (ex.: pescar de varejo)

Pessoa alta e muito magra

Vara-de-virar-tripa

Pessoa baixa e atarracada

Toquinho de açougue

Pessoa de comportamento reprovável

Boa bisca

Pessoa desmoralizada

Pau-de-amarrar-égua

Pessoa imprestável

Cuia-que-levou-azeite

Pessoa inconveniente

Entojo; entojado(a)

Pessoa influenciável

Maria-vai-com-as-outras

Pessoa insignificante

Borra-botas

Pessoa pegajosa

Emplastro

Pessoa prestativa

Pau-para-toda-obra

Pessoa que atrapalha, incomoda

Estrupício

Pessoa que se interpõe entre uma cena e o espectador

Espelho-sem-aço

Pião pequeno

Piorra

Pipa (brinquedo)

Papagaio ou estrela (a depender da forma)

Pirilampo

Vaga-lume

Poço de água potável

Cacimba

Pontilhão

Pinguela

Por causa de quê?

Cadiquê?

Porco castrado

Capado

Porco para reprodução

Cachaço, porco inteiro

Portador de hérnia escrotal

Rendido, roncolho, cuiudo

Potro

Pordo ou poldro

Praticar ação negativa

Cagar na retranca

Preparar o anzol para pesca

Encastoar

Presunçoso; cheio de si

Metido a bom de sela

Prisão de ventre

Constipação

Pudim de pão

Mironga

Que é de?

Quede? Quedê? Cadê?

Reação violenta e inesperada

Contravapor

Refletir; pensar muito

Matutar

Resoluto (pessoa)

Madeira de dar em doido

Ribeirão

Valão

Sacola pequena de tecido a tiracolo

Bornal, embornal

Sair apressadamente

Zarpar fora, sambar fora

Sandália de dedo

Lambreta

Saúva

Tanajura

Sebo bovino (p/untar couro)

Barriguim

Sensação física desagradável

Gastura

Sorte inesperada

Cagada

Sortudo (pessoa)

Cagão

Sutiã

Porta-seio

Tabua (planta)

Taboa

Tênis (calçado)

Quedes/quédis

Tentar ação improvável

Puxar bode pra dentro d’água

Tentar enganar, iludir

Negacear

Ter inteligência

Ter tutano

Toalha de banho

Enxugador

Trabalhar com esforço

Pelejar

Tremer muito

Tremer como vara verde

Untar

Besuntar, ensebar

Vala hídrica

Banqueta

Vara de ferrão para gado

Garruchão

Varrer

Varrer, barrer

Vassoura

Vassoura, bassora

Vermífugo

Lombrigueiro

Vitamina de abacate (p. ex.)

Batida de abacate

Vomitar

Arredondar a boca

Zíper

Fecho ecler



*Sujeito a atualizações.

Moega (em museus.madeira.gov.pt).