14 de setembro de 2012

OLHAI

Olhai os delírios de tantos
Olhai aflitos
Para os desatinos
Que os lírios límpidos
Escondem em pétalas cristalinas
A cada gesto perdido dos amantes

Olhai os martírios de quantos
Em amores tardios
Engendram em sobressaltos
Sem prévio aviso
Nos corações dos amantes empedernidos

Olhai contritos
A solidão narcísica
Dos que amam a si
E fazem disto
A construção quimérica de um ilusório paraíso

Olhai tranquilos
Os becos e os caminhos
Que muitos traçam com o compromisso
De juntos irem à busca do prometido
E movem terras e singram mares
E rompem cercas e cortam ares
Até que tudo se tenha cumprido


Pôr do sol em Bom Jesus do Norte-ES (foto do autor).


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