Quando, finalmente, o Botafogo garantiu a vaga para a decisão da Copa Libertadores da América 2024 contra o Atlético Mineiro, meu filho Pedro, que mora em São Paulo, ligou para mim e disse que viria assistir à final comigo em Niterói, acompanhado de seus filhos.
Ontem eles
chegaram aqui pela manhã e voltaram a São Paulo no final da noite, a voz rouca,
sem o mínimo desgaste da jornada, mas com a vitória atravessada no peito e o
orgulho de ser botafoguenses.
Meu filho
deve ter sentido a grandeza de tal instante para compartilhar com o pai, já
beirando os oitenta, que nunca tinha
chegado a um momento histórico como este.
E esta
paixão, vinda do seu bisavô Chico Albino, do seu avô Argemiro, de mim, e que se
espalha pela família como uma marca definitiva de DNA cultural, ele a transmite
a seus filhos Gabriela, Bruno e Maria, para que ela continue a se perpetuar nos
descendentes.
Ontem esta
paixão explodiu em nossos corações, em definitivo, no instante do terceiro,
improvável, irresponsável e mágico gol de Júnior Santos, um pouco depois que a
Jane, vascaína distraída que me acompanha nessa saga familiar, vestiu a camisa
do Glorioso e voltou para a sala.
Estava selada
a nossa conquista da América. A “glória eterna” agora também pertence ao clube que,
ao lado do Santos, fez o Brasil ser reconhecido internacionalmente como o país
do futebol.
E eu pude
compartilhar com minha família – até Estefânia, a filha tricolor, estava
presente com seu marido Edu e o filho Francisco – este momento de purgação de uma
injustiça que o futebol nos vinha infligindo, mas que superamos soberanamente,
com o melhor futebol que hoje se joga na América.
A despeito de
tudo, quero, porém, afiançar aos amigos e leitores que
continuo futebolisticamente humilde. Soberbamente humilde!
Foooooogo! ¡Fuuuuuueeeeego!
Fire!
Imagem colhida na Internet. |