13 de outubro de 2011

POEMA DESESPERADO

é tão antiga essa nova dor que me estreita o peito
é tão velha tão obsoleta
que não é possível vivê-la por inteiro
se não a repartir igualmente com alguém.
além de tudo é tão nojenta tão abjeta
que já me parece vê-la enterrando-se a si própria
ou enterrando-me ainda cedo ainda antes de morrer.
e por ser tão negra tão megera
essa dor é muito mais que dor
é o vazio de sentir que não há mais com quem vivê-la.

Camille Pissarro, Castanheiras em Osny, 1873.

2 comentários:

  1. Oi, amigo de Niterói, moro pertinho e venho aqui te visitar, já te sigo, gostei imensamente desse poema..."essa dor tão obsoleta que te aperta o peito", *que dor é essa?
    Dor física ou dor de amor ou do vazio, aquele vazio do ninho que não é mais o mesmo.
    Não me diga, se não quiser e se quiser, me faça uma visita e verá que dor de amor eu também carrego no meu coração.
    Um abraço da Mery*

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  2. Olá,Mary! Obrigado pela visita e pelas palavras.

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