8 de junho de 2011

PENITÊNCIA

(G. Moreau, Prometeu, séc. XIX)
vítima de abandono
venho de joelhos a vossa divina presença, amor
solicitar as penas a que faço jus:
não ter paciência diante das provações
não ter consolo durante as dores
não ter discernimento nas atribulações
não ter temperança na comida nem na bebida
não ter sossego na hora da morte
enfim
viver o que sobra de vida
apenas como sobrevida próxima ao vegetativo
ou nem isso
em estado de coma numa uti inútil
de um hospital geral da rede pública.

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